Por que alguns chefes horríveis nunca são demitidos?


Todo mundo já passou por isso alguma vez na vida: estava em uma empresa em que o responsável por toda equipe era uma pessoa que claramente não deveria estar ali e tampouco… Bem, liderando uma equipe.

Bons líderes são aqueles que inspiram, que trazem segurança e ensinamentos, e que sabem incentivar o time, identificando e extraindo o melhor de cada um.

Mas algumas pessoas são simplesmente o contrário de tudo isso e é claro que elas estão ali.

Mas por que é tão difícil tirar essas pessoas do poder? Sendo que elas continuam ali atuantes pelo período que desejarem.

De acordo com Warren Buffett, um dos mais respeitados executivos da contemporaneidade, a resposta para essa questão é um tanto simples – mas talvez um tanto complexa de ser resolvida na prática.

Padrões de desempenho


Primeiro porque um CEO, por exemplo, nem sempre consegue ter um bom desempenho e aqui você pode substituir “CEO” por outras personagens que possuem poderes similares e os quais parecem ser ilimitados.

No entanto, é comum que “padrões de desempenho sequer existam [para eles]”, afirmou o executivo em 1988, em uma carta que tinha como intuito explicar a seus investidores porque os CEOs das empresas da Berkshire Hathaway eram diferentes de muitos CEOs que vemos por aí.

O fragmento foi extraído do livro The Warren Buffett CEO: Secrets from the Berkshire Hathaway Managers, escrito por Robert P. Miles.

Se, digamos, uma secretária é contratada para um trabalho que requer que ela tenha a habilidade de digitar ao menos 80 palavras por minuto, mas ela é capaz de escrever apenas 50 por minuto, ela rapidamente ficará sem emprego.

Há um padrão lógico para esse trabalho; performance é facilmente mensurada; e se você não pode cumprir com esse requisito, está fora”, complementou o executivo.

Mas isso, invariavelmente, não acontece com CEOs. Esses padrões simplesmente não existem para a maioria deles.

Se você assistiu o filme O Diabo Veste Prada, por exemplo, você pode ter uma bom exemplo sobre esses chefes ruins.

Não que Miranda Priesley não sabia comandar a empresa para a qual trabalhava (caso você não tenha ideia do que estou falando, ela é a diretora de redação de uma famosa revista de moda).

Mas acontece que Miranda, personagem interpretada por Meryl Streep, simplesmente não se importa com quem está abaixo dela na hierarquia. Ela manipula tudo ao seu redor e suga toda a energia de seus colaboradores de forma a manter tudo como ela quer, como ela faria, custe o que custar.

Checklist do chefe ruim



E ela possui algumas características que a revista Inc. aponta como sendo típicas de chefes ruins: são perseguidores e, muitas vezes, praticam bullying com seus subordinados; são covardes, e são sempre o que sabem tudo sobre tudo (ou acham que sabem).

Basicamente o que chefes ruins fazem é diminuir as pessoas que trabalham para eles de forma a causar estresse, ansiedade, medo, intimidação; fogem de conflitos e mandam seus subordinados se virarem para consertar alguma situação; nunca aceitam opiniões contrárias às deles, e adoram causar conflitos.

Como resolver essa situação? A única forma, de fato, é falar. Se você está com um péssimo chefe, a melhor solução é falar e argumentar, nem que seja para a área de recursos humanos, que poderá te remanejar ou tomar alguma atitude formal quanto a isso.

E, se você for o responsável pela contratação, aqui vai a dica que Buffett sempre adota: faça uma boa seleção de talentos. Esse é o ponto inicial para saber se a pessoa certa está sendo contratada.

Parece simples e óbvio, mas esse é realmente um ponto crucial para a contratação de um bom CEO. Se ele amar a empresa e for ético, dificilmente esses fatores mudarão após um tempo – e esse é um ótimo ponto de partida.

Fonte: Inc