O que é Design Thinking? Um Guia Completo sobre Design Thinking

Quer enxergar os problemas da sua empresa ou do seu cotidiano de forma diferente para encontrar as melhores soluções para eles? Então, o Design Thinking é para isso.

Apesar da lista de utilidades ser extensa, ele nos estimula a encarar as coisas de forma diferente, envolvendo empatia, colaboração, experimentação.

O benefício principal da metodologia é encontrar em situações do cotidiano pontos de vista que você não estava dando atenção, e a partir daí, criar soluções que atendam e resolvam os problemas dos usuários.

Quer saber como aplicar na prática?

O Design Thinking é uma forma de resolver problemas, desenvolver produtos e projetos baseada no pensamento dos designers. Fazem parte do pacote: pesquisa, brainstorms, seleção de ideias, prototipagem.

O Design Thinking é uma abordagem que nos ajuda mudar o nosso estado mental e nos estimula a resolver problemas com novas perspectivas, encontrar soluções e dar respostas colocando sempre as pessoas no centro das decisões e envolvendo-as em todo o processo, desde o entendimento, até a entrega das soluções.

Somos adestrados para resolver problemas, algo tão natural que, em muitos casos, nem percebemos. As fórmulas nos são dadas, os problemas são apresentados e temos que sair de uma situação problemática para uma solução, quase que como um passe de mágica.

Quando pequenos, as escolas nos cobram isso nas provas, trabalhos e disciplinas separadas, cada uma com um foco específico.

Mas esse adestramento nos ajuda até certo ponto. Com o passar do tempo, os desafios ficam mais complexos e os problemas maiores e mais impactantes e, ainda assim, somos cobrados por problemas resolvidos como mágica.

Quem inventou o Design Thinking?

David Kelley, professsor da Universidade de Stanford e Tim Brown, ambos da consultoria de inovação IDEO, no Vale do Silício, lançaram em 2009 o livro Design Thinking – Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias.

A mídia na época destacou o trabalho dos professores como “um processo em que um grupo formado por profissionais de várias áreas (engenheiros, psicólogos, designers) usou para criar um carrinho de compras inovador”.

Especialistas dizem que, apesar deles terem lapidado a metodologia aos tempos atuais com uma abordagem voltada para a resolução de problemas, as técnicas são bem antigas, desde 1919, quando estudantes da Bauhaus, a escola considerada a “meca do Design”, já usavam muitos dos elementos do Design Thinking.

A partir de 1991, quando a IDEO foi fundada, a abordagem que a consultoria usava para resolver problemas já começou a ficar famosa no Vale do Silício.

De acordo com Brown, o Design Thinking é um processo exploratório. “Não são só designers que deveriam prestar atenção: quem trabalha com gestão, administração ou em posições de liderança também se beneficia desse conhecimento. Para Brown, “todos precisamos pensar como designers”.

Tim Brown fala no TED Talk sobre Design Thinking

Quais são as etapas do Design Thinking?

O Design Thinking geralmente é um processo realizado em grupo e dividido em fases. São elas:

1) Empatia e Compreensão

Significa se colocar no lugar do outro, despir-se de pressupostos e compreender o contexto e ações do outro, acolher, assimilar e acomodar perspectivas alheias.

 2) Definir

A partir daquela pesquisa, delimitar qual é o problema, o que precisa ser resolvido ou criado.

3) Idear

É a fase de brainstorm, em que as ideias e sugestões devem fluir sem censura, sem medo de errar.

4) Prototipar

Escolher uma ou algumas ideias (aqui é que costumam entrar os post-its, que ajudam o grupo a organizar e selecionar as ideias mais recorrentes ou mais interessantes) e criar protótipos. Pode ser um desenho, uma maquete feita com caixas velhas e fita crepe, algo que simule o produto final.

5) Testar

Agora é hora de experimentar os protótipos e escolher o que faça mais sentido.

Entenda cada uma das etapas do Design Thinking nesta animação:

8 práticas possíveis com o Design Thinking

Com o Design Thinking, sempre é possível encontrar respostas, mas com perguntas certas. E não é uma única resposta, mas várias que podem lhe ajudar a encontrar a solução mais adequada ao problema apresentado.

Diferente do que estamos acostumados, essa abordagem não nos estimula a gerar respostas de maneira desenfreada.

Ela nos estimula a fazer as melhores perguntas, entender bem o problema antes de pensar como poderíamos resolvê-lo. Confira 8 práticas possíveis com o Design Thinking.

1) Exercitar a empatia com todos os envolvidos

Fazendo as perguntas certas, conseguimos entender quais são os envolvidos no problema, com esse entendimento temos que trazer o primeiro pilar à tona.

A empatia deve ser exercitada em toda interação para que, a equipe que estiver resolvendo o problema, absorva um repertório diferente e possa projetar com mais relevância.

É uma prática, uma técnica,um esforço no dia a dia pra conseguir exercitar esse olhar empático para com clientes, colegas, parceiros.

Há 4 pontos básicos para se conectar com as pessoas de forma empática em Design Thinking: Olhar pela perspectiva do outro, não julgar as percepções e comportamentos das pessoas, reconhecer emoções nas interações e contatos, comunicar o que você viveu.

2) Entender que as pessoas estão no centro de tudo

Os problemas são sobre as pessoas, elas estão e devem estar no centro das soluções.

Dessa forma é possível absorver e entender quais são os valores, dores, dificuldades, e o que pode ser melhorado para gerar as melhores soluções, com potencial inovador e valor percebido.

3) Envolver pessoas diferentes no processo, com diferentes histórias, percepções e pontos de vista

A interdisciplinaridade e os diferentes pontos de vista ajudam na construção de repertório e enriquecimento de informações sobre o problema e potenciais soluções a serem geradas. Juntar pessoas é uma forma muito rica de absorver novas perspectivas para o projeto estimulando a colaboração.

4) Entender o problema é tão (ou mais) importante quanto chegar a uma solução

O entendimento do problema exige uma dedicação muito grande, com atenção e energias canalizadas para isso.

A equipe que está designada para solucionar o problema deve entendê-lo muito bem, por todos os pontos de vista, hipóteses, causas e pessoas envolvidas. É por meio desse entendimento que as melhores soluções aparecem.

5) Pensar não só com a cabeça

O processo deve ser vivenciado e experienciado em todos os sentidos. Pense também com a sensações, elementos visuais e evidências criadas ao longo do processo.

É preciso levantar da mesa, ir a campo, observar as pessoas em contexto, vivenciando o problema, construir evidências em conjunto.

Realizar sessões de trabalho com várias pessoas e atividades de entendimento, geração de ideias, construção de protótipos e evidências, praticando a experimentação.

Essas construções criam novas conexões, validações e informações que ajudam a clarear, acelerar o caminho e chegar em soluções mais relevantes.

6) Usar as ferramentas como meio e não como fim

Ferramentas são como fórmulas, que devem ser aplicadas para se chegar a algum resultado.

Existem muitas, mas, mais importante que aplicar a ferramenta, é entender qual a intenção da sua aplicação.

Com esse entendimento, pode-se criar e conceber novas ferramentas ou novas formas de olhar para o desafio e chegar a novos resultados.

7) Errar é descobrir como não se deve fazer

O erro é visto como parte do processo. E, por estar no processo, é quase um..por estar no processo é quase um atalho para se chegar na solução mais relevante.

Ele elimina uma possibilidade que, se fosse implementada, não teria o peso ou a relevância da solução que está por vir.

8) Regrinhas para um bom Brainstorming

Algumas premissas essenciais para realizar um brainstorming, uma tempestade de ideias, no processo do Design Thinking são:

  • Não julgue as ideias
  • Estimule ideias radicais
  • Seja visual
  • Desenhe suas ideias
  • Uma conversa por vez
  • Construa sobre as ideias dos outros
  • Mantenha o foco
  • Preze por quantidade
  • Divirta-se!

Essas dicas e premissas podem ser aplicadas independente do tempo que é dado para que as soluções sejam pensadas.

Claro que, com mais tempo, podemos praticá-las com mais profundidade, mas isso não quer dizer que, com pouco tempo, não podemos dedicar energia em entender o problema, envolver as pessoas, exercitar a empatia e testar possibilidades e protótipos.

Algumas ferramentas do Design Thinking

No Design Thinking, uma das ferramentas é o Duplo Diamante (Double Diamond), é um processo que estimula a geração de soluções e que permite compreender o contexto, descobrir novos significados, validar ideias e testá-las.


E fomos buscar na obra “A magia do Design Thinking”, de Jeanne Liedtka e Tim Ogilvie, outras ferramentas que integram o Design Thinking, no mundo dos negócios e na vida pessoal, para agir e ir além do discurso, lidar com as incertezas e obsessões por análises, uma vez que o mundo não é nada estável e é sempre imprevisível.

São recursos para responder e desenvolver projetos, resolver problemas, buscar soluções e que permitem navegar pelo raciocínio divergente e convergente, a fim de criar novas possibilidades, reduzir riscos, administrar as incertezas e, acima de tudo, inovar.  Veja aqui quais são elas

Mas como é o dia a dia do profissional que atua com o Design Thinking?

“Temos que envolver mais pessoas para que a colaboração seja aplicada e traga resultados muito melhores do que teríamos de pensássemos sozinhos. Ao invés de sempre buscar termos respostas prontas, tentamos sempre fazer as perguntas certas para explorar todos os pontos, informações e possibilidades possíveis”, explica Gustavo Vieira, que comenta mais aqui neste post

Carreira em Design Thinking: vale a pena?

Love Mondays, Catho, Linkedin, no Vagas…portais de oportunidades já refletem: as empresas estão entendendo a importância do Design Thinking. Há oportunidades em áreas variadas que já exigindo essa habilidade com salários de R$ 5 a R$ 15 mil.

Muitos profissionais e empresas já estão entendendo que o Design Thinking não é só para designers ou profissões relacionadas a áreas criativas.

Muito pelo contrário, qualquer profissional das mais variadas áreas pode aprender e incorporar em suas atividades e, com isso, se valorizar no mercado.

O Design Thinking desenvolve uma nova maturidade profissional e um modo de pensar diferenciado, por instigar a prática de muitas competências que hoje são fundamentais para que as organizações se mantenham relevantes.

O mais impressionante é que muitos profissionais comentam que, após passar pelo processo, eles mudam a sua forma de pensar em todas as atividades e este desenvolvimento de competências tem sido o diferencial para estes profissionais.

E estão conseguindo se reinventar na carreira.

Quem se especializada em Design Thinking é responsável por mudar a forma como a empresa pode encarar tarefas valorizando quesitos como empatia, colaboração e experimentação, além de auxiliar na tomada de decisão, com margem baixa para o erro (embora faça parte do processo) e, portanto, mais assertividade em soluções inovadoras.

Quais habilidades você precisa para atuar com Design Thinking

A chave do trabalho de um Design Thinker é decodificar os anseios (conscientes e subconscientes) dos consumidores e responder à necessidades ainda não percebidas pelo mercado.

Essas características se desdobram em curiosidade, empatia com o consumidor, capacidade de trabalhar em equipe e facilidade para lidar com as pressões do mundo corporativo.

Mas o tipo de formação fica em segundo plano. Qualquer profissional pode atuar como Design Thinker, desde que reúna essas características citadas acima e outras características essenciais.

Cases Design Thinking

Conheça alguns casos de sucesso em que o Design Thinking foi essencial para a descoberta de novas ideias em consonância com as necessidades dos clientes.

Empatia, testes, co-criação foram alguns dos elementos do Design Thinking para tornar essas ideias reais.

Livros sobre Design Thinking

Design Thinking: Uma Metodologia Poderosa Para Decretar o Fim das Velhas Ideias, de Tim Brown

Tim Brown é CEO da companhia de inovação e design IDEO e sinônimo de design thinking mundo afora. Neste livro, ele explica as razões, benefícios e abordagens do design thinking com histórias e exemplos que esclarecem a metodologia, que Brown defende como um processo colaborativo e uma boa estratégia de negócios com foco no ser humano.

Design Thinking for Strategic Innovation, por Idris Mootee

O Design Thinking para Inovação Estratégica apresenta uma estrutura para o design thinking que é relevante para as estratégias de gerenciamento de negócios, marketing e design e também fornece um kit de ferramentas para aplicar conceitos para uso imediato no trabalho cotidiano.

Design Thinking Brasil, de Luis Alt e Tennyson Pinheiro

Os brasileiros Tennyson Pinheiro e Luis Alt, da consultoria global de inovação live|work, apresentam as raízes e conceitos do método e defendem a implementação do design thinking para inovação em negócios que queiram se manter competitivos no cenário brasileiro.

Isto É Design Thinking de Serviços, por Marc Stickdorn

O livro ensina como aplicar a perspectiva multidisciplinar do design thinking ao design de serviços e traz 25 ferramentas de design adaptáveis.

“Nós não podemos resolver um problema, com o mesmo estado mental que o criou.” — Albert Einstein