O que Toyota, Google e Pixar têm priorizado em seus programas de treinamento e desenvolvimento?

Para estimular o pensamento inovador, muitas fábricas da Toyota tem ensinado os novos contratados a fazer o trabalho manualmente. Em vez de apenas dominar as máquinas, a Toyota quer que os colaboradores entendam o sistema de produção em um nível mais profundo.

A empresa descobriu que esse treinamento desenvolve criatividade e habilidades de resolução de problemas a longo prazo.

E uma pesquisa da Deloitte comprova isso. O levantamento Millennial 2018 descobriu que os colaboradores mais jovens despertaram para o valor das habilidades interpessoais, a motivação, a integridade, o pensamento crítico e a criatividade mais do que o conhecimento técnico.

Em 2019, o LinkedIn descobriu que “habilidades pessoais” eram a tendência mais valorizadas em uma contratação.

Uma esmagadora maioria de 89% dos profissionais de RH relataram que as contratações ruins geralmente carecem de habilidades humanas.

Olhando para 2022, o Fórum Econômico Mundial previu que o pensamento analítico, o aprendizado ativo e a criatividade serão as habilidades mais valorizadas para quem quer crescer exponencialmente na carreira.

Pixar e a Oficina de habilidades humanas

Pense aí: o que você acha que é necessário para fazer um filme da Pixar?

Para começar: são cerca de 250 pessoas e 4 a 5 anos para criar um filme.

E acrescente a isso um processo criativo que envolve muito mais as habilidades humanas do que toda a tecnologia que nos encanta.

Os programas de treinamento e desenvolvimento de pessoas da Pixar apostam em fórmulas que estimulam a criatividade. Veja algumas:

1) Agilidade criativa: as ideias precisam ser testadas e ajustadas. A experimentação pode mostrar os pontos fortes e fracos das ideias de qualquer pessoa. Mesmo que as ideias falhem nesses testes, os criadores podem continuar aprendendo e se adaptando aos limites que encontram.

2) Resolução Co-Criativa: o processo criativo deve reunir ideias contrastantes. Uma ideia não deve dominar as demais. Eles valorizam as soluções de uma equipe do que individuais.

“Dê uma boa ideia a um time ruim e eles vão estragar tudo. Agora dê uma ideia medíocre para uma grande equipe, e eles vão consertá-la ou pensar em algo melhor. Se você acertar a equipe, é provável que eles tenham as ideias certas ”, diz Ed Catmull, presidente da Pixar.

O triunfo do Google

A missão do Google é “organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis”. Mas este não é apenas o mantra do mecanismo de pesquisa.

Agora a missão de cuidar da saúde mental é o seu mantra interno e têm impactado os mais de 130 mil funcionários da empresa.

Desde que começou a pandemia, a empresa percebeu que apenas mudar a jornada de trabalho não era o suficiente para manter a produtividade e a satisfação dos seus colaboradores. Por isso, criou um treinamento de resiliência, com medidas que zelam pelo bem-estar geral dos Googlers. Tal iniciativa fez o nível de produtividade saltar na última semana depois de meses de indicadores mais baixos.

Para criar o programa, a empresa se perguntou o que poderia fazer para ajudar a aliviar o estresse que o isolamento traz. Como resposta, intensificou a disseminação de pequenas ações motivacionais, criou períodos de folgas periódicos, os chamados dias de redefinição, e apostou em conteúdos digitais sobre qualidade de vida, construídos junto a especialistas e treinadores de desempenho de ligas profissionais de futebol.

Foram produzidos mais de 150 eventos de saúde mental e uma série de clipes, intitulada “Meet the Moment”, que apresenta em cerca de 5 a 6 minutos temas como: resiliência, sono, respiração e como evitar a ansiedade.

O investimento deu resultado. Em menos de um mês, 30 mil funcionários do Google assistiram aos vídeos educativos.

A geração de conteúdo acelerado não desobedeceu os protocolos de saúde. Para captação de imagens, o Google usou câmeras robóticas desenvolvidas por terceiros, respeitando o distanciamento social.