Inteligência Relacional, o super-poder dos líderes inovadores


Por Rodrigo Giaffredo, professor do nosso curso gratuito Inteligência Relacional

Dia desses eu me peguei olhando pro futuro da minha carreira. Sei lá, coisa de quarentão talvez. #QuemNunca?

Mas quando eu digo futuro, eu tô falando de futuro mesmo. Tô falando das bases, das qualidades que quero ter e construir pra que a minha carreira se desenvolva da forma como eu sempre sonhei.

Não tô falando necessariamente de cargos, posições, empresas. Tô falando de mim.

Daí desenhei um quadrinho que gosto muito de usar na hora de refletir sobre os resultados de qualquer coisa. Chama-se retrospectiva. Você literalmente desenha uma cruz, o que resulta em 4 quadrantes. Daí num deles você coloca o que considera estar fazendo certo, no outro você coloca o que considera poder melhorar.

No outro as dúvidas que tem, e no último as ideias novas que quer tentar. Aprendi essa interagindo com times ágeis, mór legal, serve pra tudo na vida.

Enfim, daí olhei bem pro quadrinho e vi no quadrante “estou fazendo bem” algumas qualidades que, pra minha surpresa, hoje em dia ganharam um nome chique pra caramba quando aparecem juntas no mesmo indivíduo.

A primeira coisa que acende na minha retro, e que realmente me faz arrepiar todo dia que me levanto da cama pra ir pro trabalho, é a possibilidade de mobilizar uma galera, e o que estiver a nossa disposição, pra que a gente consiga juntos atingir um objetivo.

Mano, e quando o rolê envolve criatividade, inovação e o alcance de resultados muito acima da média esperada, nossa, daí o coração dispara de verdade… e nem sempre essa galera que topa vir comigo responde diretamente pra mim, digo, nem todos são necessariamente meus subordinados.

Mas tem uma parada que nos conecta que é muito mais forte do que a relação gerente / gerenciado, que é o convencimento de que o propósito pelo qual estamos trabalhando juntos realmente vale o rolê.

Pois é, isso tem um nome. Chama-se Inteligência Relacional. E sério mesmo, você deveria pensar seriamente em desenvolve-la, tipo já.

E apesar de o nome ser novo, quando a gente reflete sobre os trabalhos mais legais que já executamos nas nossas vidas profissionais, em tese, todos rolaram assim. Ou seja, o nome é novo, mas a essência tá aí já faz um tempo.

Mas então por que só agora geral resolveu “normatizar” e começar a falar pesado sobre esse assunto?

Na minha visão, é porque a gente vive uma época em que a economia colaborativa é que faz a diferença. E nesse contexto, habilidades como curiosidade, visão pragmática de recursos disponíveis e indisponíveis, capacidade de engajamento por propósito.

Coragem pra errar logo e corrigir o curso, e a celebração de cada pequena conquista, tem sido as habilidades mais latentes de times que performam muito acima da média.

Hoje em dia, quem aprofunda o conhecimento sobre um problema de forma empática, e aceita divergir amplamente sobre muitas, muitas mesmo, possibilidades de resolve-lo antes de partir pra ação.

Sem se deixar levar pelo status quo ou pelos “sempre foi assim”, consegue entregar muito mais valor percebido, ou seja, o centrismo humano somado à curiosidade fazem muita diferença.

Além disso, deixar claro já no comecinho do rolê quais são as coisas com as quais podemos lidar, e quais são aquelas com que teremos que conviver, bem como quais são os recursos que estão à nossa disposição, e quais não, aumenta drasticamente nosso nível de assertividade na proposição das ideias em que vale a pena investir, com tudo que isso significa.

A combinação daquilo que temos, e o “let it go” daquilo que não teremos, nos tira da inércia pra ação, direto, num pulo mesmo.

Daí rola uma parada muito interessante em grande parte dos problemas de negócio com os quais lidei usando os trilhos da Inteligência Relacional: parece que você se torna um ímã de gente a fim de se envolver com a solução daquele ponto.

Talvez por ser algo empático, realístico e de alto valor percebido, geral se engaja muito mais pelo propósito a ser alcançado, do que propriamente porque “alguém tá mandando eu fazer esse negócio”. Parece loucura, mas não é.

E olha só, eu já vi muitos casos em que esse tipo de engajamento cria muito mais brilho no olhar da pessoa do que a atividade cotidiana que ela desempenha. Legal hein…

Na sequência rola talvez o momento mais tenso do rolê, que é a hora em que o status muda de “voluntário” pra “engajado”, e o lance vira missão.

Daí o meu papel tem sido muito mais o de manter o foco no objetivo a ser alcançado, fortalecer o senso de propósito, e encorajar o pessoal a arriscar, experimentar, e se for o caso de acontecer algum erro, encarar muito mais como um aprendizado e um conhecimento novo a ser capitalizado, do que promover uma caça às bruxas.

É coragem pura, dos dois lados: de quem executa no sentido de propor a inovação, sem medo de errar; e de quem lidera no sentido de blindar o time e entender que num ambiente desses, o erro faz parte.

Finalmente, é fundamental celebrar cada pequena vitória, cada pequeno passo dado pra frente, e cada oportunidade de contornar um erro de forma a voltar pros trilhos do objetivo proposto. E posso te falar, a celebração num clima desses tem um gostinho muito mais especial, muito mesmo.

Desde o dia em que eu me toquei desse blend de qualidades, e do que ele pode fazer pela vida profissional de qualquer pessoa, eu enxerguei mais uma vez a beleza de sermos humanos, e a importância que “ser humano” tem nas relações de trabalho.

Fiquei feliz, de verdade.

Parece que finalmente achamos uma habilidade capaz de quebrar o círculo vicioso do jogo de poder sem sentido. É o surgimento de um novo poder, mais bonito e mais capaz de transformar o mundo naquilo que quisermos que ele seja.

Bem vindos à era do Poder das Conexões.