Carreira em Design Thinking: porque é uma habilidade em ebulição?

A chave do trabalho de um Design Thinker é decodificar os anseios (conscientes e subconscientes) dos consumidores e responder à necessidades ainda não percebidas pelo mercado.

Essas características se desdobram em curiosidade, empatia com o consumidor, capacidade de trabalhar em equipe e facilidade para lidar com as pressões do mundo corporativo.

Mas o tipo de formação fica em segundo plano. Qualquer profissional pode atuar como Design Thinker, desde que reúna essas características citadas e outras fundamentais.

Nesse meio o tipo de formação fica em segundo plano.

O que conta é o perfil de cada profissional. Essas características se desdobram em curiosidade, empatia com o consumidor, capacidade de trabalhar em equipe e facilidade para lidar com as pressões do mundo corporativo.

Na Love Mondays, Catho, Linkedin, no Vagas…portais de oportunidades já refletem: as empresas estão entendendo a importância do Design Thinking. Há oportunidades em áreas variadas que já exigindo essa habilidade com salários de R$ 5 a R$ 15 mil.

Muitos profissionais e empresas já estão entendendo que o Design Thinking não é só para designers ou profissões relacionadas a áreas criativas.

Muito pelo contrário, qualquer profissional das mais variadas áreas pode aprender e incorporar em suas atividades e, com isso, se valorizar no mercado.

O Design Thinking desenvolve uma nova maturidade profissional e um modo de pensar diferenciado, por instigar a prática de muitas competências que hoje são fundamentais para que as organizações se mantenham relevantes.

O mais impressionante é que muitos profissionais comentam que, após passar pelo processo, eles mudam a sua forma de pensar em todas as atividades e este desenvolvimento de competências tem sido o diferencial para estes profissionais.

E estão conseguindo se reinventar na carreira.

Quem se especializada em Design Thinking é responsável por mudar a forma como a empresa pode encarar tarefas valorizando quesitos como empatia, colaboração e experimentação, além de auxiliar na tomada de decisão, com margem baixa para o erro (embora faça parte do processo) e, portanto, mais assertividade em soluções inovadoras.

É uma habilidade mais do que uma profissão

Encontrar soluções e dar respostas colocando sempre as pessoas no centro das decisões e envolvendo-as em todo o processo, desde o entendimento, até a entrega das soluções.

“É mais uma questão de habilidade do que de profissão”, diz Gustavo Vieira, da Livework Brasil e professor do nosso curso online Design Thinking Experience.

Gustavo é Service Designer e UX Designer na Livework, a primeira consultoria do mundo a trabalhar com o design de serviços, hoje presente em diversos países.

É Administrador de Empresas apaixonado pelo Marketing e Branding, Design de Serviço e o Design Estratégico com trabalhos para marcas referências em diversos setores.

O Design Thinking é um novo olhar para as coisas?

Design Thinking é um mindset. Uma forma de olhar para os desafios, encarar os problemas, envolver as pessoas, propor soluções e testar sempre antes de implementar as coisas.

Em uma sociedade que nos cobra respostas certas e rápidas, quando começamos a trabalhar com uma abordagem como essa, não só o nosso dia a dia muda, mas também a forma como nos relacionamos com as pessoas.

Porque o Design Thinking vive uma “ebulição”?

Durante muito tempo as empresas e profissionais estavam atuando de uma forma míope, olhando só “de dentro pra fora”.

Tentando otimizar processos internos, facilitar suas próprias vidas, tendo ideias que, para quem as teve, eram incríveis.

Mas que na hora de colocar no mercado, ainda não estavam completas ou não resolviam o problema das pessoas.

No começo, quando a abordagem foi resgatada, e envelopada com esse nome, só as empresas mais corajosas adotaram.

O que fez com que hoje a gente possa ter vários cases de sucesso com a aplicação da abordagem e faz com que empresas mais conservadoras vejam o valor de se trabalhar dessa forma.

O Design Thinking e o movimento das startups potencializa a aplicação dessa abordagem. Várias empresas nasceram justamente por terem olhado para os usuários, pela perspectiva do Design Thinking e estão movimentando milhões de reais, recebendo investimentos altíssimos e mudando a forma como nós todos nos relacionamos.

Além de tudo isso, estamos em um momento muito mais colaborativo.

As pessoas estão mais empoderadas, vendo que juntas têm mais força, conseguem chegar em melhores lugares, com transparência, colaboração e olhar para o ser humano.

Tudo isso faz com que a abordagem do Design, que hoje é chamada de Design Thinking, esteja no espírito do nosso tempo e esteja tão em alta.

Por todas essas evidência, movimentos e valores compartilhados que estão tão presentes nos dias de hoje.

Como é o dia a dia do profissional que orquestra a aplicação do Design Thinking? Está envolvido em reuniões com equipes, consultorias, reuniões de projetos…

Temos que envolver mais pessoas para que a colaboração seja aplicada e traga resultados muito melhores do que teríamos de pensássemos sozinhos.

Ao invés de sempre buscar termos respostas prontas, tentamos sempre fazer as perguntas certas para explorar todos os pontos, informações e possibilidades possíveis.

Além disso, admitimos que podemos não ter a resposta certa de imediato, e que talvez a gente não tenha a melhor solução, mas tudo bem! Isso faz parte do processo.

Estamos acostumados e pensar as soluções para os outros sem que eles sejam envolvidos. Sempre tentando adivinhar se gostariam ou não do que estamos propondo.

Como designer, quando isso acontece, o ponto principal é “Por que não perguntamos para eles?” e é tão simples quanto isso: Envolver as pessoas, do começo ao fim de um projeto ou solução de um problema.

Quem mais demanda esta metodologia? (quais segmentos empresariais)

Como consultor, trabalhando em uma consultoria que aplica essa abordagem para entendimento e criação de novos serviços, posso dizer que já realizamos muitos projetos para empresas financeiras, famosos bancos e corretoras de valores.

Acredito que o mercado está amadurecendo e as empresas estão vendo o valor do Design para acelerar processos de absorção de conhecimentos, convergência de opiniões e ampliação do seu potencial criativo.

E isso está fazendo com que empresas de outros segmentos busquem trabalhar com Design Thinking.

Por exemplo: seguradoras, hospitais, farmacêuticas, escolas, entre outras.

Esse interesse pelo Design Thinking é motivado pelas empresas com mentalidade inovadora?

O Design tem estimulado e agregado muito valor para pessoas e empresas que querem trabalhar com negócios novos. As startups são um super exemplo disso.

Muitas delas nasceram com base na aplicação do processo de design, entendendo as pessoas com profundidade.

Definindo um desafio de projeto, mapeando oportunidades, gerando ideias, testando e lançando iniciativas que estão mudando muito a forma como as pessoas se relacionam com empresas.

Isso está deixando empresas enormes e com uma história de muitos e muitos anos bastante inseguras e ameaçadas por estarem entregando mais valor e mais relevância aos clientes.

Qualquer um pode atuar como Design Thinker?

Sim! Se você mergulha profundamente no entendimento das pessoas e dos contextos dos seus desafios e projetos, envolvendo diferentes perfis na hora de fazer pesquisas.

Mapear caminhos, gerar ideias e realiza testes para melhorar entregas e validar pontos de vista, parabéns!

Você está atuando como designer. Logo, pode ser considerado um Design Thinker.

Estudar Design Thinking é sim muito importante para compreender de onde a abordagem veio, por que foi resgatada e por que é tão valorizada nos dias de hoje.

Mas para trabalhar com isso com segurança e maestria é importante também se aprofundar em outros conhecimentos complementares e adjacentes ao design thinking.

Por exemplo: facilitação de dinâmicas, técnicas e ferramentas de pesquisa quantitativas e qualitativas, análise de dados, métodos ágeis, facilitação de encontros e sessões de trabalho, técnicas e ferramentas de protótipos, pensamento lateral…

Saber um pouco de cada uma dessas e outras coisas, sem dúvidas, vai fazer com que você seja um melhor profissional com a habilidade e conhecimento em Design Thinking.

É claro que, quanto mais se pratica, mais segurança e conhecimento aplicado você tem. Isso reflete na forma como você conduz seus projetos e na forma como as pessoas percebem seu potencial em agregar valor utilizando a abordagem do Design.

Qual a faixa salarial de um profissional que domina essa habilidade?

Hoje não existe uma “profissão” de Design Thinker.

O que as empresas estão buscando são profissionais que sejam capacitados e experientes em alguma área específica, como marketing, planejamento e gestão, por exemplo e que tem algum domínio ou conhecimento sobre abordagem do Design para agregar mais valor em seus projetos e iniciativas.

O Design Thinking possibilita mais reconhecimento e ter uma nova habilidade na “bagagem”. Com isso, mais chances de acréscimo salarial ou possibilidades de ocupar melhores posições no mercado e na empresa.

Falando em um modelo de emprego e atuação dentro de uma organização, Design Thinking, hoje, na minha visão, é visto como um diferencial no mercado.

Pode aumentar a sua competitividade em posições, empregos e vagas, fazendo com que você seja mais valorizado e possa trazer mais valor para a empresa onde está ou onde quer entrar.

E quais as outras possibilidades com o Design Thinking para a carreira?

Ter conhecimentos sobre design e habilidades necessárias para se trabalhar com essa abordagem pode te ajudar a aumentar a sua renda no sentido de ser um empreendedor.

Auxiliar em projetos de amigos, trabalhar com uma nova iniciativa e até mesmo te ajudar no processo de independência financeira, materializando talvez um sonho de negócio ou algo que esteja ligado ao seu propósito de vida.

Quais habilidades são recomendadas para quem quer atuar como Design Thinker?

Sem dúvidas, habilidades interpessoais e de relacionamento para que a empatia seja exercitada nos mais diversos contextos, com os mais diferentes atores: desde o cliente final, até os parceiros de trabalho.

Além desse ponto, as habilidades interpessoais ajudam no processo de troca e viabiliza a colaboração entre as pessoas, o que acelera o processo de aprendizado, troca e geração de ideias.

Criatividade e pensamento lateral também são habilidades muito valorizadas, que leva o profissional a fazer conexões novas, pensar novas ideias, pesquisar cenários que, inicialmente podem parecer sem valor, mas que se conectam e geram novas ideias de valor.